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terça-feira, 19 de abril de 2016

O processo de destituição de Dilma Rousseff não resolve nenhuma das crises do país Otros - Editorial do EL PAÍS

A aprovação da abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff por uma esmagadora maioria da Câmara dos Deputados abre uma etapa no Brasil marcada pela incerteza. A agonia à espera da presidenta nas próximas semanas para acabar previsivelmente saindo derrotada e humilhada pela porta de trás da história não resolve nenhuma das incógnitas que se observam sobre o futuro do gigante sul-americano. O impeachment deixa um país dividido politicamente, em lados conflitantes socialmente e imerso na pior crise econômica de sua história. Também em uma crise moral à qual somente o proverbial otimismo dos brasileiros poderá dar solução.
A confluência dos interesses de Temer com outros dois personagens de seu próprio partido – Eduardo Cunha, presidente da Câmara de Deputados, o evangélico conspirador do impeachment, acusado pelo Ministério Público de possuir milionárias contas na Suíça alimentadas com subornos da Petrobras, e Renan Calheiros, presidente do Senado, um artista da hipocrisia política também investigado por corrupção – deu motivos aos seguidores do Partido dos Trabalhadores (PT) para considerar todo o processo “um golpe de Estado constitucional” para desalojar a esquerda do poder.O Brasil entra em uma transição às cegas cuja primeira parada será o Senado, quando, ainda no início de maio, decidir sobre o caso Rousseff. Bastará uma fácil maioria simples para que a presidenta seja afastada do poder por até 180 dias enquanto é julgada em ambas as Casas. Se, como previsível, for decretada sua morte política, o poder passará ao vice-presidente, Michel Temer, seu antigo aliado e agora o pior inimigo, dirigente do conservador Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e sob suspeita de corrupção. Um personagem obscuro a quem os mercados pedem uma dura política de ajuste e uma reforma tributária: provavelmente necessárias, mas com certeza impopulares.
Golpe ou mudança de rumo ante circunstâncias de extrema gravidade econômica – como defendem os partidários do impeachment –, dois fatos são inquestionáveis: ocaso Petrobras expôs uma corrupção gigantesca na classe política brasileira que afeta todos os partidos, esquerda e direita, sem distinção; e, até agora, a única não acusada de enriquecimento pessoal foi a própria presidenta. Ao fim e ao cabo, o impeachment se baseia em um tecnicismo fiscal: a prática ilegal de recorrer a empréstimos de bancos públicos para equilibrar o orçamento.
O Brasil fica em um limbo político às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio, inquietado pela necessidade de dar resposta à recessão e encontrar uma saída à crise política. A destituição de Rousseff não deve deter a limpeza dos esgotos do poder. Mas muito menos propiciar – como se viu no domingo, com o lamentável espetáculo oferecido pelos deputados na votação, onde não faltaram gritos, empurrões, cantorias e até uma cuspida – que a democracia brasileira saia desse transe debilitada.

UM DISCURSO COERENTE - Por Nelson Mateus

O discurso mais coerente e esclarecedor do que está em JOGO nessa manobra política que está sendo articulada sob o disfarce de impeachment.
"Não é o parlamentarismo que escolhe quem governa o país." São as urnas. E até que se prove que a presente Dilma cometeu crime de responsabilidade, minha posição é e se manterá contra o impeachment.
Somos uma democracia. Não votei neste atual governo. E nem o considero a nossa melhor opção [afinal, não há opções]. Mas a tentativa de retirar uma presidente eleita que não é acusada de nada, isso é um golpe, sim, contra do Estado de Direito, contra o plebiscito realizado em 1993 sobre a forma de governo do Brasil.
O comunismo nunca exitiu em nosso país. Não há espaço para comunismo e democracia. Isso é impossível. A presidente Dilma, apesar dos absurdos de muitos dos seus pronunciamentos, nunca fez menção sobre a implantação da política e da ideologia comunista em nosso país. Mais uma vez o boato do comunismo chega ao Brasil como numa conspiração.
Apoiar minorias, facilitar o ingresso à universidades, facilitar o egresso ao mercado de trabalho, e outros, é de longe a dívida social marcada em nossa história de preconceitos, segregação e discriminação. Ser gay, negro, mulher se tornou declaradamente mais fácil no Brasil dos últimos anos.
Porém, repito, não apóio o atual governo. Não concordo com sua política econômica.
Infelizmente [ou felizmente], estamos passando por um período delicado. Não sei se é difícil. Com certeza, esta exposição toda, este desmacarar que está acontecendo e ainda acontecerá mais, só mostra o quanto somos ignorantes, o quanto ainda somos massa de manobra, o quanto precisamos ser mais responsáveis e cautelosos.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Um golpe parlamentar e a volta reacionária da religião, da família, de Deus e contra a corrupção - Por Leonardo Boff


Observando o comportamento dos parlamentares nos três dias em que discutiram a admissibilidade do impedimento da presidenta Dilma Rousseff parecia-nos ver criançolas se divertindo num jardim da infância. Gritarias por todo canto. Coros recitando seus mantras contra ou a favor do impedimento. Alguns vinham fantasiados com os símbolos de suas causas. Pessoas vestidas com a bandeira nacional como se estivessem num dia de carnaval. Placas com seus slogans repetitivos. Enfim, um espetáculo indigno de pessoas decentes de quem se esperaria um mínimo de seriedade. Chegou-se a fazer até um bolão de apostas como se fora um jogo do bicho ou de futebol.
Mas o que mais causou estranheza foi a figura do presidente da Câmara que presidiu a sessão, o deputado Eduardo Cunha. Ele vem acusado de muitos crimes e é réu pelo Supremo Tribunal Federal: um gangster julgando uma mulher decente contra a qual ninguém ousou lhe atribuir qualquer crime.
Precisamos questionar a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal por ter permitido esse ato que nos envergonhou nacional e internacionalmente a ponto de o New York Times de 15 de abril escrever: “Ela não roubou nada, mas está sendo julgada por uma quadrilha de ladrões”. Que interesse secreto alimenta a Suprema Corte face a tão escandalosa omissão? Recusamos a idéia de que esteja participando de alguma conspiração.
Ocorreu na declaração de voto algo absolutamente desviante. Tratava-se de julgar se a presidenta havia cometido um crime de irresponsabilidade fiscal junto a outros manejos administrativos das finanças, base jurídica para um processo político de impedimento que implica destituir a presidenta de seu cargo, conseguido pelo voto popular majoritário. Grande parte dos deputados sequer se referiu a essa base jurídica, as famosas pedaladas fiscais etc. Ao invés de se ater juridicamente ao eventual crime, deram asas à politização da insatisfação generalizada que corre pela sociedade em razão da crise econômica, do desemprego e da corrupção na Petrobrás. Essa insatisfação pode representar um erro político da presidenta mas não configura um crime.
Como num ritornello, a grande maioria se concentrou na corrupção e nos efeitos negativos da crise. Apostrofaram hipocritamente o governo de corrupto quando sabemos que um grande número de deputados está indiciado em crimes de corrupção. Boa parte deles se elegeu com dinheiro da corrupção política, sustentada pelas empresas. Generalizando, com honrosas exceções, os deputados não representam os interesses coletivos mas aqueles das empresas que lhes financiaram as campanhas.
Importa notar um fato preocupante: emergiu novamente como um espantalho a velha campanha que reforçou o golpe militar de 1964: as marchas da religião, da família, de Deus e contra a corrupção. Dezenas de parlamentares da bancada evangélica claramente fizeram discursos de tom religioso e invocando o nome de de Deus. E todos, sem exceção, votaram pelo impedimento. Poucas vezes se ofendeu tanto o segundo mandamento da lei de Deus que proibe usar o santo nome de Deus em vão. Grande parte dos parlamentares de forma puerial dedicavam seu voto à família, à esposa, à avó, aos filhos e aos netos, citando seus nomes, numa espetacularização da política de reles banalidade. Ao contrario, aqueles contra o impedimento argumentavam e mostravam um comportamento decente.
Fez-se um julgamento apenas politico sem embasamento jurídico convicente, o que fere o preceito constitucional. O que ocorreu foi um golpe parlamentar inaceitável.
Os votos contra o impedimento não foram suficientes. Todos saimos diminuidos como nação e envergonhados dos representantes do povo que, na verdade, não o representam nem pretendem mudar as regras do jogo político.
Agora nos resta esperar a racionalidade do Senado que irá analisar a validade ou não dos argumentos jurídicos, base para um julgamento político acerca de um eventual crime de responsabilidade, negado por notáveis juristas do país.
Talvez não tenhamos ainda suficientemente amadurecido como povo para poder realizar uma democracia digna deste nome: a tradução para o campo da politica da soberania popular.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Nietzsche e a tragédia humana - por Alfredo Carneiro

Nietzsche e a tragédia humana

Até a Grécia antiga anterior a Sócrates, o homem tinha uma relação íntima com a natureza. Os deuses representavam as mais altas (e as mais baixas) qualidades humanas. Os homens se identificavam com os deuses e suas ações visavam a plenitude da existência. Para Nietzsche, a vida é “vontade de potência”, que é o desejo de viver de forma plena e vigorosa, por isso o filósofo alemão considerava a perspectiva dos antigos algo mais próximo de uma vida plena e carregada de significados. Os antigos mesclavam a realidade ao mito, a existência aos mais profundos anseios inconscientes.

Essa aproximação do homem com a natureza e o mito Nietzsche chamava de  relação entre o apolíneo com o dionisíaco, que dava ao homem a noção de pertencimento à ordem perfeita da natureza. Mas, após Sócrates e Platão, as investigações filosóficas se voltaram para um “além-mundo” e iniciaram a “despotencialização” do homem, que passa a depositar suas esperanças não mais nessa vida, mas em uma vida “espiritual” depois dessa vida. A realidade passa a  não ter mais sentido em si mesma e o homem perde sua dimensão mítica e começa a tornar-se fraco e ressentido.  A realidade, para Platão, é apenas uma “sombra do mundo perfeito” conforme está claro no Mito da Caverna. Para Nietzsche, esse é o início da tragédia humana.

Na era medieval essa visão platônica se acentua e o cristianismo se instala, fundando a Europa cristã. Agostinho, irá retomar as ideias de Platão e fundar uma doutrina cristã de enfraquecimento. O homem já nasce pecador e miserável e somente o Deus cristão poderia “perdoá-lo” e “salvá-lo”. Tal é a ideia do “pecado original” de Agostinho que o cristianismo adotou como oficial.


A humildade e a humilhação passam a ser valorizadas e esse mundo torna-se um lugar não apenas imperfeito, mas também de castigo e sofrimento. O orgulho e a altivez são vistos como pecados. O deuses antigos são transformados em demônios “pagãos” e associados com o mal que leva o homem ao inferno. Agora o homem não é apenas fraco, é também assustado, paranoico, e diviniza as mais baixas qualidades humanas. O homem forte, vigoroso e orgulhoso tornou-se “mau” e “condenado”, e o fraco que sempre ressentiu-se da superioridade do forte passou a ser “bom”.
Se na era medieval a questão de Deus era o ponto central, na era moderna ocorre uma transição, uma passagem da visão cristã para uma nova percepção do mundo e do homem, não mais como um ser criado por Deus, mas dono de si que a tudo investiga com a razão e a experimentação. O Renascimento, que marcou o início da modernidade, foi definido pelo uso da razão, pela negação da visão medieval e pelo surgimento de um novo Deus: a ciência.
A modernidade pretendia emancipar o homem, mas conseguiu dessacralizar mais ainda o mundo e não deu nada em troca, a não ser a crueza de uma vida sem encantos ou significados. A revolução industrial deu origem à grande massa humana, a multidão que se desloca diariamente de suas casas para as fábricas e escritórios em busca de objetivos mesquinhos, lutando por uma vida superficial de pequenos prazeres.  As eras medieval e moderna transformaram todos os homens em iguais, promovendo a normalização da natureza humana.
Na modernidade o  diferente  é perseguido e criticado, pois tudo tem de ser de acordo com normas e costumes niveladores. Nietzsche pela primeira vez identifica esse comportamento afetado e paranoico com o ressentimento, que é a inveja que o fraco tem do forte e do diferente. Tal pensamento totalmente original irá inspirar Freud na criação da teoria do inconsciente.
Para Nietzsche a era moderna criou uma expectativa desmedida e ingênua, baseada na razão e na ciência, que tirou do homem sua profundidade“Deus está morto” é uma crítica à própria filosofia de seu tempo, influenciada por Descartes, pai da filosofia moderna que colocou o homem (o “eu”) no centro da investigação filosófica e definiu a natureza como um mecanismo sem mistérios.
Nietzsche afirma então que o homem moderno não sabe mais para o que se voltar. A filosofia ocidental e a modernidade falharam em dar um significado à vida. O que morreu foi nossa dimensão divina, nossa vontade de viver plenamente e nosso heroísmo, nos tornando animais de rebanho, ovelhas, seres pequenos, egoístas, covardes e assustados.  O único mérito que o homem moderno tem é o fato de sua tragédia ser apenas uma transição para o além do homem, que será o momento que o homem vai se desfazer de toda essa baixeza e viver sua vida de forma autêntica, original e plena. Assim falava Friedrich Nietzsche, assim falava Zaratustra.

segunda-feira, 28 de março de 2016

URGENTE: SOMENTE O STF PODE SALVAR O BRASIL! - Por Antônio Mariano


Se a crise nacional continuar como vai, nestes breves dias, constitucionalmente, somente o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL poderá SALVAR O BRASIL!
Todos sabemos que a verdadeira DEMOCRACIA, sem qualquer rotulação ou adjetivação (Liberal, Democrática, Cristã, Trabalhista, Popular , etc.), é o GOVERNO DO POVO, e que, diante dessa realidade incontestável, SOMENTE O POVO BRASILEIRO poderá fazer as transformações que o Brasil precisa. Neste momento, porém, esta BRAVA GENTE BRASILEIRA está sendo dividida e fragilizada por sua própria ignorância, e direcionada pelos interesses escusos de alguns elementos não-povo, inclusive com a participação de uma mídia capitaneada por interesses antinacionais. Por isso, no atual contexto histórico, o STF está sendo chamado para EVITAR O GOLPE (seja da direita ou da esquerda), não deixando que uma violência maior seja instalada no Brasil.
Quer dizer, então, que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff é um golpe? Sejamos realistas: a figura do impeachment está prevista na legislação brasileira e tem apoio constitucional (Artigos 85 e 86 da Constituição Federal), de modo que – sendo realizado da forma correta, quando necessário e justificável – não é um golpe. No entanto, se intentado por motivos escusos (por interesses políticos pessoais e grupais contrários aos legítimos interesses do povo) é um golpe, sim, e precisa ser evitado!
Como bem afirmava Rui Barbosa, o impeachment é um “julgamento político” e, como tal, termina sendo um julgamento de interesses partidários, não tendo a seriedade de um julgamento jurídico. Vimos isso, inclusive, aqui mesmo no Brasil, e não faz tanto tempo, no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Daí por que é preciso apelar para a seriedade e a confiabilidade da Suprema Corte de Justiça do País –enquanto é tempo – mesmo que alguns ministros do STF assumam posicionamentos duvidosos. A verdade é que, no caso da presidenta Dilma, qualquer “julgamento político” errado ou duvidoso poderá provocar enfrentamentos violentos entre aqueles que estão revoltados com a realidade atual, e isso não seria bom para qualquer grupo ou partido político, nem para o País como um todo. Por isso, esta é a hora de salvar o Brasil, e somente o STF tem condições de tomar as medidas corretas e necessárias, com base na Constituição Federal, e, se necessário, com o apoio das Forças Armadas.
Mas, na prática, o que é preciso fazer? Ora, o STF, integrado por membros de “notável saber jurídico e reputação ilibada”, é o Guardião Supremo da Constituição Federal, zelando pela constitucionalidade das leis, bem como pela preservação dos mais elevados Princípios Constitucionais, especialmente os que constam nos Artigos 1º a 17 da nossa Carta Magna. Por isso – diante das inúmeras denúncias e acusações contra vários deputados e senadores responsáveis pelo processo de impeachment em andamento – propõe-se ao STF verificar a procedência de tais denúncias, e, por inconstitucionalidade, arquivar o processo de impeachment em andamento, e, depois, apurar essas acusações contra os parlamentares, a fim de que seja evitado um mal maior, e para que o Brasil, em um clima de respeito e paz, possa confiar em suas instituições e promover o desenvolvimento e o bem-estar de todos e de cada um.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Avaliação de Filosofia – Tópicos em Filosofia Medieval

          Estava eu no quarto ano do curso de Filosofia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), olhando que opções eu teria dentro das disciplinas eletivas. Havia sido reprovado de forma injusta um ano antes em Tópicos em Filosofia Moderna, onde elaborei um trabalho sobre Hanna Arendt, que modestamente ficou muito bom. Mas enfim, fui reprovado por outras questões que não vem ao caso.
          Sempre fui avesso a Filosofia Medieval, uma aversão preconceituosa de certa forma. Olhando a grade de disciplinas eletivas, estavam a minha disposição duas disciplinas: Tópicos em Filosofia Moderna, mas teria o problema de cursar novamente com o mesmo professor, ou me aventuraria em Tópicos em Filosofia Medieval, ao qual já fazia um prejulgamento negativo. A dúvida permaneceu por alguns minutos, foi quando a professora de Tópicos em Filosofia Medieval passou pelo corredor, parou ao meu lado, e me convidou para cursar a disciplina ministrada por ela. Fez um convite de forma solícita e carinhosa, o que me levou a estudar o Medievo, a Idade das Trevas.  Nunca tinha tido aula com a tal professora, nem mesmo tinha amizade, ou algum tipo de conversa, mas fui prontamente para a sala de aula estudar “A DOUTA IGNORÂNCIA” do filósofo Nicolau de Cusa, um filósofo do qual não tinha o menor conhecimento, jamais tinha ouvido falar.
          Arrumando as coisas na minha casa (as minhas tralhas), entre letras de canções, achei uma avaliação da disciplina citada acima, e achei interessante a pergunta feita na avaliação, e me surpreendi com a resposta, pois a letra é minha, mas olho hoje, e tenho a sensação de que era outra pessoa, enfim, coisa de maluco. Compartilho com vocês agora a dita pergunta e a dita resposta:

    Explique a “regra da desproporção” em Nicolau de Cusa, repetida de diferentes maneiras:

A forma de apreensão, de formulação de conhecimentos objetivos, se dá através de meios comparativos (o contraditório) e proporcionais. Para Nicolau de Cusa, o conhecimento é a explicação da própria mente humana, mente esta que possui suas estruturas de apreensão do conhecimento, conhecimento este feito por mensurações e enumeração (pressupostos para o conhecimento científico moderno).
          Nicolau de Cusa parte de conhecimentos simples para conhecimentos complexos, parte do que é proporcional para o desproporcional. A matemática fonte de conhecimentos exatos, é usada por ele para adentrar nos conhecimentos inexatos, pois a única forma de se aproximar do conhecimento desproporcional é através de símbolos, pois o desproporcional não é discursivo, e a simbologia matemática é o mais próximo que se poderia chegar deste conhecimento.
          O homem é finito, não tendo a capacidade de vislumbrar de forma total o que é desproporcional, mas podendo inferir a partir do proporcional o desproporcional.

          O máximo absoluto é aquilo que é a complicação de todas as coisas, e ao se contrair daria origem a tudo que existe, então, através daquilo que é desproporcional podemos afirmar que um círculo é um triângulo, e que este é um quadrado, pois tudo é UNO, o que há são movimentos enganosos, ou quem sabe, movimentos baseados na proporcionalidade que dão a ideia de pluralidade.

terça-feira, 8 de março de 2016

Lava Jato: por trás de Moro e da grande mídia se escondem alguns dos 'donos do mundo'



O juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato é um herói para a revista Veja, divulga, a seu bel-prazer, pedaços das delações premiadas e outros aspectos da investigação. A grande mídia do país recebe os pedaços das informações, os guarda e usa como quer. A transparência e a verdade para conhecimento de todos os brasileiros, neste que é o maior caso de corrupção conhecido na história do país, são a última das preocupações, tanto de Moro, como do STF, como da mídia burguesa. Publicamos a seguir alguns dos primeiros resultados a partir da leitura dos textos das delações e não somente o que a mídia burguesa ou petista nos permitem saber.


Muitos aspectos da Lava Jato geram suspeitas, a começar pelo juiz Sérgio Moro. Como alguns blogs divulgaram, e este mesmo Esquerda Diário noticia, ele já foi advogado para o PSDB e é vinculado à imperialista Shell. Sua esposa é nada mais nada menos que advogada desta multinacional. Não lhe faltam interesses para enfraquecer a Petrobras e o PT.
Veja, Istoé, Estadão, Folha de São Paulo, Globo e consortes sentam-se em cima das informações e publicam quando lhes convém. Frequentemente articulam uma capa e “matéria exclusiva” de uma delação que já tem mais de um ano e que consta em arquivos online deles mesmos há meses. E, via de regra, filtram os depoimentos somente para atingir o PT. Não temos a menor intenção de defender o PT neste artigo. Não faltam evidências de corrupção como não faltam iniciativas privatizadoras, ataques aos direitos dos trabalhadores. Petistas que fabriquem histórias para dormirem com menos peso na consciência.
Em defesa do PT, seus blogs amigos publicam somente trechos da Lava Jato que atingem Cunha ou Aécio. Num estapafúrdio argumento do seguinte tipo: "olha eles também fazem"... o que não deixa de ser verdade, combina com a percepção geral de que nenhum dos partidos do regime se salva. A Lava Jato escancara os podres poderes da democracia burguesa brasileira, ou como diz o delator e doleiro Youssef em seu depoimento número 2, não há cargo político no país, sobretudo nas estatais, que não envolva estas trocas de favores e dinheiro em todo e qualquer governo, não importa se tucano ou petista. A própria composição dentro dos partidos passa por propinas, como é relatado no caso do arqui-corrupto PP de Maluf e Bolsonaro, onde, segundo Youssef, não há eleição de líder sem envolver uns 4milhões de reais para distribuir ao menos a cerca de 20 deputados.
Na própria mídia burguesa não faltam, para quem procurar, depoimentos e provas contra Aécio, Cunha e outros paladinos do impeachment. A Folha de São Paulo, por exemplo, nunca destacou mas tem em seu site um vídeo onde um dos delatores afirma como Aécio era o político “mais chato para cobrar propinas”. E Youssef tão utilizado pela grande mídia por atingir em alguns depoimentos a Zé Dirceu, Lula, Dilma, tem um depoimento ignorado onde mostra propinas a Aécio em Furnas.
Para fugir do que a mídia oferece, o que Moro disponibiliza e os pedacinhos de denúncias “generalizantes” do petismo o Esquerda Diário procurou ler todas delações que pode encontrar na Internet e conduzir sua própria “investigação”. Publicamos a seguir alguns dos primeiros resultados de nossa investigação que seguirá e se expressará em outros artigos. Evidentemente a verdade só poderia ser conhecida plenamente a partir de uma comissão independente conduzida por sindicatos, intelectuais, e não das mãos de uma “justiça” comprometida com interesses do imperialismo e da oposição tucana ou do petismo.
Com os resultados desta primeira investigação buscaremos mostrar que não só o que é divulgado atende a interesses como a própria investigação freia onde deveria avançar: escancarar os interesses de alguns dos “donos do mundo” nesta operação.
O que se investiga o que não se investiga na Lava Jato
Toda a investigação se concentra na Petrobras apesar de vultuosas denúncias envolvendo diversas estatais e governos que não do PT, mas inclusive do PSDB. Há um interesse em minar esta empresa ou no mínimo abrir a promissora província do pré-sal ao capital imperialista. As credenciais de Moro apontam neste sentido. O wikileaks já apontava a ligação de Serra e outros tucanos em formular projetos de lei que abririam o pré-sal. A revista especializada em política externa norte-americana a Foreign Affairs criticou extensamente a lei da partilha brasileira que aumenta a renda do Estado nacional sobre o pré-sal e coloca a Petrobras como operadora exclusiva.
Esta tese é reforçada pelos elementos políticos dos últimos meses quando toda a ênfase nestas leis de entrega dos recursos nacionais sumiu do noticiário. O imperialismo e aqueles que são os mais propensos a servir seus interesses imediatos, os tucanos, parecem satisfeitos com o que a própria Petrobras está fazendo a mando de Dilma. Abrindo mão do pré-sal, preparando-se para uma privatização parcial como ficou claro no anúncio do dia de hoje.
Porém esta ênfase na maior empresa do Brasil e nos recursos que a ela estão confiados não explica toda a operação, por que ela também atinge opositores, porque ela atinge alguns dos maiores bilionários do pais? Como e por que o prestigiado banqueiro bilionário André Esteves foi atingido? Fora algum ingênuo que confie no senso de justiça de um juiz de primeira instância (Moro) ligado à Shell, para desafiar a Odebrecht e o banco BTG Pactual o que não é nosso caso, há de se desconfiar de poderosos interesses por trás da Lava Jato.
Interesses estes que se revelam no que é investigado inclusive dentro da Petrobras e na operação e pode ser observado em algumas delações.
A operação Lava Jato está concentrada em três diretorias da Petrobras, porém são quatro diretorias que movimentam muitos recursos. A mais estratégica ficou blindada.
A Lava Jato revelou extensos esquemas de corrupção na área internacional comandada por Cerveró, indicado pelo PMDB e por Delcídio do Amaral ele mesmo um petista ex-tucano vinculado a esquemas privatistas na Petrobras. Também foram extensas as denúncias envolvendo a diretoria de Engenharia e Serviços que encomendava as obras, esta área era comandada por Renato Duque, ligado ao PT. Como desprendimento destas denúncias todas as maiores empreiteiras nacionais foram atingidas, algumas empreiteiras internacionais que operam no país, citadas e com denúncias comprovadas no esquema como a sueca Skanska (oitava maior do mundo) e a francesa Technip (sexta maior) saíram, até o momento, ilesas. Já a antes intocável Odebrecht (13ª maior do mundo), tem seu presidente detrás das grades.
A terceira área de investigação, a diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, ligado ao PP, é a diretoria das refinarias e da logística que movimentou importantes esquemas de corrupção nas obras das refinarias, atingindo novamente as empreiteiras, e nos contratos de aluguel e construção de navios.
A mais rentável área da Petrobrás, a de Exploração e Produção, a que opera plataformas, “curiosamente” não tem uma só investigação anunciada, uma só denúncia em nenhuma delação. Como que seria possível que a mais rica das áreas de uma empresa carcomida por interesses políticos e imperialistas em sua cúpula tenha conseguido blindar justamente onde há mais dinheiro?
Não parece que seja o caso mas que justamente esta área tenha sido “blindada” porque os esquemas envolvendo a Petrobras e as empresas terceirizadas nas plataformas são os interesses que a Lava Jato blinda. As terceirizadas das plataformas, as gigantes Halliburton, Schlumberg, Transocean, entre outras são algumas das maiores ganhadoras na operação. Vejamos como.
O gerente dos cem milhões de dólares e os indícios que Moro não quis investigar
Pedro Barusco chocou um país acostumado com a corrupção dos políticos. Tinha cem milhões de dólares para devolver. E ele era somente um gerente geral de serviços. Em um de seus primeiros depoimentos de delação premiada afirma que no esquema de construção de navios-sonda a Petrobras havia ajudado a criar um cartel junto com as empreiteiras, fundos de pensão, o banco BTG Pactual (do André Esteves), Bradesco e Santander que furava um cartel internacional de navios-sonda.
Um cartel que gerava recursos para corrupção e caixa-dois para furar outro só que internacional. Os investigadores não se deram o trabalho de perguntar qual cartel. O Esquerda Diário investigou e descobriu que o mercado de navios-sonda é altamente monopolizado no mundo, todas empresas de petróleo devem recorrer a poucas empresas que detém esta tecnologia e navios para realizar a perfuração (“abertura”, simplificando) dos poços. Elas são em ordem de faturamento: Schlumberg sediada no paraíso fiscal caribenho de Curaçao, a Halliburton do Texas, Baker Hughes do Texas, Fluor do Texas (que por sua vez é também a 12ª maior empreiteira do mundo), a Weatherford da Irlanda, a Saipem da Itáilia, e a Transocean da Suíça.
Um pouco sobre as sondas e uma “genealogia” dos “donos do mundo” na Lava Jato
Antes do estouro da Lava Jato o esquema de corrupção que ganhava o noticiário era da holandesa SBM de FPSOs. OS FPSOs são um tipo de navio que podem incluir sondas (para perfurar) e ao mesmo tempo podem diretamente ficar lá produzindo e armazenando produto. Uma tecnologia que “corre em paralelo” a de navios-sonda primeiro e depois instalação de plataformas permanentes ou FPSOs sem sondas. Os envolvidos da Petrobras no esquema da SBM eram Renato Duque e Barusco, isto consta na quinta delação de Barusco.
Em outra delação de Barusco, a número 8 ele declara que abriu sua conta na Suíça e o esquema iniciou-se em 1997 justamente para receber dinheiro da SBM. Interessados em atingir FHC os sites petistas divulgam como o esquema tinha começado com os tucanos. Contentes com poder mostrar "foi a FHC que criou o PT só continuou", os petistas omitem os poderosos interesses imperialistas que tanto eles como os tucanos beneficiaram e em troca receberam proprinas.
Estourado o esquema da SBM a Petrobras começou a recorrer à contratação de navios-sonda (primeiro o Petrobras 10.000 da Transocean no esquema que envolveu Fernando Baiano e envolveu propina para Cunha como pode ser ver no seguinte vídeo, porém nunca foi investigada...) e posteriormente construção de seus próprios navios-sonda constituindo a empresa Sete Brasil.
A Sete Brasil seria uma empresa administrada pelo BTG Pactual contando com ações de vários dos fundos de pensão das estatais (Funcef, Previ, Petros) e um pouco de capital do Bradesco e Santander. A Sete Brasil tinha a maior encomenda do mundo de navios-sonda, 29. Todos seriam inicialmente alugados para a Petrobras. A empresa então contrataria os estaleiros, onde há extensa participação das empreiteiras brasileiras para construir estes navios-sonda que a Sete Brasil alugaria à Petrobras. Este esquema permitiu fluir rios de dinheiro de corrupção e criava um cartel para furar outro como disse Barusco em sua delação.
Não só de pré-sal parece ser o interesse imperialista mas também de sustar o desenvolvimento de uma empresa que desafiasse o mercado monopolista de SBM, Schlumberg, Haliburton,Transocean, etc. Esta sim seria uma verdadeira “global player” brasileira que permitiria a André Esteves oferecer sondas a outros países furando o domínio monopolista. Talvez por isto um banqueiro bilionário foi parar atrás das grades.
Voltando à SBM, os donos da SBM se confundem com os donos das sondas prejudicados pela criação da Sete Brasil.
Os maiores acionistas da SBM são: Hal Trust da Holanda ligado à Philips e o maior fundo de investimentos do mundo, o norte-americano Blackrock. A Blackrock sozinha tem ativos de 4,3 trilhões de dólares, mais ou menos o equivalente ao PIB do Japão, ou dois Brasis. A Blackrock, gigantesca como é por sua vez é a maior acionista das seguintes empresas segundo a inglesa Economist: Shell e Exxon (altamente interessadas no petróleo brasileiro), do banco JP Morgan, da gigante General Electric, da Apple e da Google, só isto.
Este “pequeno” interesse tem motivos na Lava Jato. Quem tem dinheiro investido no fundo gigante?
O fundo soberano da Noruega (um dos maiores produtores de petróleo não associados à OPEP) detém 7% dos ativose diversos fundos soberanos de países do Golfo (também produtores de petróleo). Estes países também tem interesse que a Petrobras não se desenvolva.
Investigando um pouco mais a partir de informações das bolsas de valores os maiores acionistas da Blackrock (não quem coloca dinheiro no fundo, mas quem é dono das ações) são o banco americano PNC e os seguintes fundos de investimento: Wellington,Vanguard Group, FMR e State Street.
Estes fundos por sua vez são todos associados em ser donos das gigantes de produção, afretamento e aluguel dos navios-sonda. A maior empresa, a Schlumberg, que tem vários contratos terceirizados com a Petrobras na área de Exploração e Produção (que a Lava Jato não toca) é controlado pelos seguintes fundos segundo o site da bolsa americana NASDAQ: Vanguard Group, Dodge & Cox, State Street Corp e Blackrock.
Sua maior “concorrente” a Halliburton que também tem contratos com a Petrobrás na mesma área de plataformas, e administra para a Agência Nacional de Petróleo do Brasil os registros geológicos de nosso país, é controlada segundo o mesmo site pela mesma Vanguard Group seguido da State Street e outros fundos.
A terceira “concorrente”, segundo a mesma fonte, também tem como seu maior acionista o mesmo Vanguard Group e tem a State Street como quarto acionista, a Baker & Hughes outra “concorrente” é uma associação onde o maior acionista é a Dodge & Cox seguido da Vanguard e State Street como quarto acionista...a Fluor também “concorrente” tem a Vanguard como segundo acionista...
Pelo controle da tecnologia, do pré-sal, por contratos bilionários com o Estado brasileiro se move o imperialismo
Já havíamos afirmado em artigos anteriores neste Esquerda Diário que os interesses imperialistas poderiam confluir imediatamente com o interesse “destituinte” do PSDB e outros setores opositores como Cunha. Porém o andar da carruagem das investigações atinge até mesmo aqueles que eram agentes desta "destituição" no primeiro momento, como Cunha e o próprio Aécio. Isto aponta interesses maiores que meramente tirar o PT, ou meramente abrir o pré-sal.
Onde a Lava Jato foca e onde ela omite que se revela os interesses de alguns dos "donos do mundo" interessados na operação. Daniel Matos, em artigo para a revista Estratégia Internacional, que brevemente será publicada em português, argumenta:
“Os escândalos de corrupção não necessariamente obedecem aos planos da oposição, já que respondem a setores do capital imperialista interessados em deslocar competidores internacionais e nativos para comprar ativos desvalorizados ou estabelecer novos contratos com o Estado. Nestas operações, ainda que o capital imperialista busque aliados internos oposicionistas, o envolvimento da própria oposição nos esquemas de corrupção faz com que todos os partidos dominantes estejam golpeados."
O artigo continua afirmando: "a prisão de presidentes e executivos das maiores construtoras e fundos de investimento do Brasil – e maiores financiadores de campanhas do PT e do PSDB – no escândalo da Petrobras tem por trás o modus operandi do capital imperialista para atingir seus interesses. Escândalos como este – mas também outros como as privatizações dos anos 90 ou o esquema atual de sobrefaturamento no sistema metro-ferroviário do estado de São Paulo sob o governo do PSDB – são parte estrutural do mecanismo de domínio e competição entre os distintos setores do capital financeiro, recorrendo inclusive a complexos sistemas de contra-espionagem corporativas para debilitar (remover) certas redes de empresários “amigos” a favor de outras."
Analisando algo que Youssef diz textualmente em delação que citamos neste artigo, Daniel Matos argumenta: "mudam os governos, mudam os partidos, mudam as empresas, fica o assalto permanente aos cofres públicos e aos recursos naturais do país. Esta é uma fonte de instabilidade política que pode fazer mais grave a crise de representatividade atual que cruza o país, já que utiliza o poder judiciário como árbitro, desgastando o conjunto das instituições.”
Esta primeira investigação inédita que conduzimos neste artigo joga luz sobre alguns dos poderosos interesses envolvidos na Lava Jato e ao contrário de teses simplistas focadas unicamente na destituição do PT ou meramente no pré-sal, parecem indicar interesses mais complexos ainda do que os que já havíamos indicado e constam no artigo citado. A Lava Jato além de atacar o PT, além de debilitar a Petrobras, além de facilitar o acesso ao pre-sal, além de tender a abrir o bilionário mercado de contratos de construção civil pesada no país também parece estar voltada a impedir que um banqueiro brasileiro associado a empreiteiras brasileiras desafiasse interesses monopolistas em um mercado altamente cartelizado dos navios-sonda. Um desafio tecnológico que o imperialismo pareceu não aceitar.
A profunda corrupção da Petrobras sob controle do PT e os poderosos interesses privatistas seja os desenvolvidos pelas mãos do próprio governo, dos tucanos, ou os interesses ocultos que parecem mover a Lava Jato, mostram como as vastas riquezas controlada por esta grande empresa brasileira não pode ser presa nem do "mercado" nem dos cargos comissionados e interesses políticos de um regime político corrupto e verdadeiramente democrático só com os poderosos.
É necessário que os trabalhadores controlem as empresas estatais eliminando todos cargos comissionados,divulgando e publicizando a todos cada contrato, cada operação. Sob o escrutínio de toda a população e controle dos operários estas empresas poderão verdadeiramente e não só na demagogia atender os interesses da população brasileira, como saúde, transporte, moradia, educação. A luta por uma Petrobras segura para trabalhar, livre da corrupção e da privatização é parte de uma luta anti-imperialista que também passa por livrar-nos de um regime político cheio de privilegiados, altos salários para deputados, juízes, funcionários políticos, foros especiais e toda uma série de privilégios funcionais à perpetuação da exploração capitalista pelos "donos do Brasil e do mundo" enquanto o povo padece de epidemias como a de Zika e as consequências da crise.